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sexta-feira, 26 de outubro de 2012


A sociedade hodierna como distopia de Marx e Orwell
Lastimavelmente cômico é como um shopping assemelha-se a um formigueiro,lotado de formigas aflitas,que amiúde comunicam-se raspando suas patinhas cafeinadas numa angústia sem nome,que nem mesmo elas compreendem,e tampouco preocupam-se em o fazer. Se ao menos voltassem essa ávida gula a algo pertinente,dar-se-ia explicada a intensidade e o ritmo mecânico e frenético de seu labor. A questão aí é a carência de perplexidade: pupilas deveriam se contrair em indignação,mentes deveriam surtar em cólera!

O que falta nas sociedades capitalistas é o senso de absurdo ante essa coisificação do Homem,em que a força de trabalho do indivíduo é submetida à mesma arena do produto,quando então a mídia ordena que lutem animalescamente,e pior,quando o produto nocauteia o indivíduo,que a essa altura passa a ser coisa. A partir daí,sucede o poder do produto sobre o Homem,a manipulação da coisa sobre o Ser,a usurpação psicológica do indivíduo. Cabe então uma analogia a obra distópica de
 George Orwell,1984,que se faz dignamente preconizada por retratar o despotismo com um quê de genialidade,bem como a absurdidade da manipulação de toda uma sociedade por uma tela combinada à uma voz déspota. 

A problemática acerca da jaula do consumismo laconiza-se em como desacostumar o Homem a louvar,e inda mais,a necessitar duma voz autoritária urrando imperativos em sua orelha,domesticando-o com focinheiras; em como extirpar a veia da abjeta futilidade do Homem Moderno. A inverossimilhança do assassínio do consumismo numa sociedade mormente capitalista faz-se pela necessidade histórica de veneração e obediência do Ser Humano. Somente uma minoria,de natureza mais nobre e filosofia mais elevada é capaz de surdear-se ao murmurinho do capitalismo.

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