sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O Ápice da complexidade Humana
Tão forte quanto qualquer necessidade de ordem biológica, a amizade deve ser reconhecida como fator fundamental à evolução do Homem, pois, que como subproduto do desenvolvimento da consciência, ainda em suas formas primitivas, superou os sentimentos de hostilidade natural entre os indivíduos, possibilitando, portanto, o trabalho conjunto, e, posteriormente o desenvolvimento das técnicas. Daí, juntamente ao desenvolver-se da linguagem e de seus signos, tem-se não mais um indivíduo resignado ao silêncio de seu pensamento, mas a interação de um grupo de indivíduos, formando, assim, um esquema de complexidade semelhante a de computadores em rede.
Contudo, basta um olhar mais cético sob a dinâmica das relações de amizade atuais (mormente entre os jovens) para considerar a inutilidade absoluta dessas relações, e, descobrir na essência desse sentimento uma necessidade de “aceitação no rebanho”. O que se percebe, como um resultado disso, é a criação de um pavor pela individualidade, por toda uma geração, e, por conseguinte, o receio de pensar individualmente; adicionam-se os imperativos e padrões da mídia, e têm-se um exército de cabeças não-pensantes prensadas pela constante coerção social.
Seria leviano, porém, desconsiderar a nobreza das amizades mais maduras, aquelas que Humanizam a inóspita gelidez dos grandes centros urbanos, aquelas que em verdade consistem em uma metafísica e exploram o potencial da razão e da emoção do Ser Humano.
Assim, a preservação da individualidade elevada à misantropia apresenta-se como uma inteligente opção àqueles capazes de superar os instintos mais primitivos, e, a amizade como um fenômeno que exprime, sobretudo, o ápice da complexidade Humana.
Agatha Prado
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