Foge à parca percepção Humana sua própria natureza política, seu ethos político cuja complexidade é comprovada em sua materialização, isto é, as instituições políticas que formam o Estado. Todas as agitações Humanas, das menores as maiores exprimem um político apreço pela Justiça, uma constante busca pela força da espada e pelo equilíbrio da balança de Diké.
O grande ilogismo em questão, contudo, está na incensurada indiferença praticamente generalizada a assuntos de natureza política, uma espécie de desprezo coletivo briosamente declarado no mundo ocidental. Em verdade, a sociedade hodierna, de forma desonrosa e ingrata, macula todos os discursos e conquistas políticas da Humanidade, quando o desprezo popular à prática política seria condenado, sobretudo, como uma infâmia pelos atenienses.
Todavia, a dinâmica consumista que rege e ritma a população acaba sendo um objeto fundamental de análise de tal fenômeno, pois que é justamente o consumismo que finda por alienar, em absoluto, os indivíduos de uma sociedade a assuntos de ordem política, estabelecendo então, conjuntamente à mídia, o perfeito ciclo de manipulação e poluição mental massiva.
Toda a questão finda por cercar uma problemática; a necessidade imediata de um amadurecimento social, fruto, quiçá, de uma conscientização política, que permitiria uma compreensão do caráter fundamental do ato político individual, e, portanto, salientasse a seriedade e a importância da participação política.
Têm-se, assim, que atuação em microcosmos políticos tais quais, associações bairristas, greves e passeatas, significam, gradativamente, mudanças nos macrocosmos políticos, isto é, nos poderes legislativos e executivos que compõe a estrutura montesquieuana do Estado.
Agatha Prado
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